A morte saiu à rua num dia assim
 Naquele lugar sem nome para qualquer fim
 Uma gota rubra sobre a calçada cai
 E um rio de sangue de um peito aberto sai
 O vento que dá nas canas do canavial
 E a foice duma ceifeira de Portugal
 E o som da bigorna como um clarim do céu
 Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
 Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
 Só olho por olho e dente por dente vale
 À lei assassina, à morte que te matou
 Teu corpo pertence à terra que te abraçou
 Aqui te afirmamos dente por dente assim
 Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
 Na curva da estrada há covas feitas no chão
 E em todas florirão rosas de uma nação
                                                   
                                                            (Zeca Afonso)
23 de fevereiro de 2007
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